O Covid-19, nomeadamente o período de confinamento que sucedeu da pandemia instaurada pelo vírus, teve e continuará a ter um impacto na nossa sociedade que ainda nos parece longe de poder ser medido e quantificado. Saúde Pública, Educação, Restauração ou Economia, foram muitos os sectores que, por diversas razões, sentiram o impacto provocado pelo confinamento quase generalizado da população e tiveram de se adaptar a esta nova realidade e aos desafios que a mesma trouxe, fazendo com que empresas e pessoas se tenham de re-inventar perante esta nova normalidade que aparenta ter vindo para ficar.
No que diz respeito às condições laborais e à forma como desempenhamos as nossas profissões, o facto de ter sido imposto pela Direção Geral de Saúde o distanciamento social e o confinamento profilático, obrigou a que grande parte da população passasse a sua actividade profissional para dentro de casa em regime de teletrabalho.
Não obstante o facto de ser já uma prática comum em alguns sectores de actividade, ora esporadicamente, ora recorrentemente em contratos laborais que a tal permitissem, o teletrabalho foi certamente mais fácil de implementar em alguns lares do que noutros. Conhecidos são os relatos de pais com filhos pequenos, nomeadamente em idade pré-escolar, que viram a sua capacidade produtiva inviável neste novo regime laboral durante o período de confinamento. Ao mesmo tempo, para algumas pessoas foi uma boa oportunidade para encontrar a harmonia entre a vida pessoal e profissional que há tanto almejavam.
A dificuldade de adaptação a esta nova realidade foi igualmente de diferente grau de dificuldade em diversos sectores de actividade, revelando-se mais fácil transitar equipas completas do local de trabalho habitual para casa em determinadas áreas do que noutras onde este conceito era também ele remoto. Não há muito tempo atrás parecia-nos impossível que, por exemplo, um Professor do Ensino Básico poderia dar as suas aulas por videoconferência, ou que um Banqueiro ou um Psicólogo poderiam atender os seus clientes remotamente.
Mas como diz o povo “A necessidade aguça o engenho”, e esta nova realidade acabou por alargar os horizontes das empresas que acabaram por perceber que as suas equipas continuavam operacionais fora da sua zona de conforto e aqueles que se viram obrigados ir para casa em regime de teletrabalho rapidamente tiveram de se habituar a esta nova realidade num curto espaço de tempo para que os seus compromissos não ficassem comprometidos numa altura em que as empresas tinham muita pouca margem de manobra.
Esta foi a realidade de muitos de nós nos últimos meses, e para alguns continuará por tempo indeterminado. O teletrabalho apareceu como uma solução provisória para uma situação temporária, enquanto que o número de casos estava descontrolado, no entanto verificou-se em alguns setores que as equipas se mantinham produtivas apesar do distanciamento e maiores ou menores dificuldades em manter os colaboradores em contacto.
Continuaremos portanto a falar de teletrabalho, videoconferências, zoom ou telescola durante mais algum tempo e por isso convém percebermos de que forma podemos tirar o máximo proveito desta realidade para que o teletrabalho não seja um entrave à nossa produtividade mas sim uma oportunidade para crescermos e nos reinventarmos com esta nova realidade. Já diz a música dos Monty Python “Always look at the bright side of life”.